Páginas

sábado, 3 de janeiro de 2015

Dia 5 – Em busca do puma perdido

Dia 29/12 - Mendoza - Malargue

Hoje saímos para o coração da cordilheira, em direção ao Sul. A ideia era passar, primeiro, na Laguna del Diamante e, depois, chegar em Malargue.

A caminho da Laguna del Diamante.

A laguna, pelas fotos, é um lugar deslumbrante, mas nossa tentativa foi frustrada. Depois de sair de uma ponta da ruta 40, a rodovia mítica da Argentina, que cruza todo o país, caímos em uma estrada de rípio com muitas costelas e a velocidade diminuiu bastante. No caminho, um carro na direção contrário fez sinal de luz e uma família nos informou que o caminho da laguna estava fechado, por conta de uma nevasca alguns dias antes. Como a estrada já era muito bonita, com as vistas da pré-cordilheira, resolvemos ir até o fim do caminho. Um índio, dirigindo uma caminhonete em sentido contrário, disse em uma língua que eu entendi só uns grunhidos que era possível chegar até a laguna. Com um pouco de esperança, chegamos até a entrada do parque. O portão com cadeado já informava tudo. E o guarda-parque só confirmou: está cerrado. Para todos os veículos. Vai ficar para a próxima.

Seguimos adiante. Mas teríamos de cumprir mais de 60km em rípio, em um rípio de péssimo estado. Estudamos o mapa e resolvemos fazer um caminho maior, passando perto de San Rafael, com a promessa de asfalto. O asfalto não veio, mas o rípio melhorou bastante. O deserto aqui é bem típico dos pumas andinos e sonhamos que veríamos um – o que é muito difícil, eles ficam longe do movimento. Vimos cavalos, gado e emas selvagens, mas nada do puma perdido.

Já próximos de Malargue a estrada começa a ficar espetacular. Uma planície em que a terra desaparece tamanha a dimensão do céu (que, aqui, à nossa direita, estava furioso para uma tempestade; à nossa frente, azul como o mar) abriga o risco da estrada e só as montanhas nevadas e os vulcões inativos brotam para manchar o horizonte.

Em direção a Malargue.

Depois, começamos a ver uma parede interminável de álamos. Os álamos são uma árvore símbolo de civilização – eles são uma proteção verde contra o vento. Basta chegar perto de uma cidade ou vilarejo próximos da cordilheira e os álamos surgem aos montes.

Já próximos de Malargue, Cordilheira ao fundo.

Malargue é pequenina, mas simpática de tudo. Uma rua principal charmosa nos dá às boas-vindas. Boas-vindas que seriam muito especiais com a Nora, das Cabañas Los Renuevos, onde nos instalamos. Nora nos dá as instruções: há muita, mas muita coisa para se fazer em Malargue. Estamos estudando desistir de Chos Malal e passar o ano novo aqui.

E, puxa, que Cabaña! Tem hidro, cozinha completa, parrilla e espaço de sobra para quatro pessoas. Eu e a Lili fizemos o primeiro risoto da temporada: com tomate cereja e abobrinha. Vinhos e brindes para a nossa chegada aqui.


Nenhum comentário:

Postar um comentário