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Depois do estreito de Magalhães. (Foto: André). |
Dia 14 04/01/2012 Chegada
dramática ao fim do mundo
De El Calafate até Ushuaia, a
cidade mais austral do mundo, são 878km – em princípio, não é para ser uma
viagem extenuante, porque as estradas da Patagônia ficam desertas e a média de
velocidade geralmente é alta. Mas, por conta de uma confusão geográfica e de
fronteiras, é preciso passar por quatro aduanas. É um exercício infinito de
paciência e é difícil não ter repulsa da estupidez do conceito de uma aduana, da
delimitação imaginária que faz a alegria da burocracia e da violência do Estado.
Eis as invencionices humanas que ainda hoje são o estopim de tantas guerras e
de tanto ódio.
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Farofeiros na Ruta 40, parte 1 (foto: Ge) |
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Farofeiros na Ruta 40, parte 2 (foto: Lili) |
Perto de Rio Gallegos, você sai
da Argentina – fila quilométrica da migraciones,
depois fila na aduana, depois fila na inspeção de alimentos do carro – jogamos
fora nosso estoque de castanha e nozes. Carimbo no passaporte. Entra no Chile.
Tudo de novo. 300 quilômetros depois, saída do Chile. Mais fila. Os mesmos
procedimentos. E 12 km adiante, entra na Argentina. Claramente, com o aumento
crescente de turismo em Ushuaia, as aduanas não estão preparadas para as massas
de turistas de verão – as revistas são frouxas, o raio x é enfeite, ninguém
olha para o seu rosto na hora de conferir o passaporte, a certeza da
inutilidade daquilo tudo é absoluta. Se eu fosse terrorista iria chamar menos a
atenção do que se eu gritasse que Neymar é melhor que Messi. Cada uma das
aduanas durou, em média, 1h30, e perdemos 6h preciosas para receber dois pares
de carimbo.
Os caminhos até Ushuaia são
míticos. Passamos pela ruta 40, a route
66 da Argentina, uma rodovia que corta o país do Oiapoque ao Chuí hermano,
isto é, da província de Jujuy a Santa Cruz, boa parte dela margeando os Andes.
A menor parte da ruta 40 é asfaltada (era o caso do trecho que viajamos), mas é
uma rodovia essencialmente de rípio, o que faz dela também uma atração para jipeiros.
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Entrando na balsa do famoso estreito de Magalhães (foto: Fran) |
Entrando no Chile, outro trecho
mítico: para chegar à Terra do Fogo (uma ilha que, a despeito do nome, é fria
como um samba cantado em coreano), precisamos atravessar o famoso estreito de
Magalhães, aquela atração favorita das provas de geografia do ensino médio. A
balsa é relativamente rápida – não mais que 20 minutos – e as água estavam
calmas na nossa travessia.
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Floristas com Dramin no estreito de Magalhães (foto: Ge). |
Finalmente, Ushuaia. Por conta
da aporrinhação sem fim das aduanas, chegamos a Ushuaia quase meia noite, ainda
de dia, mas sem luz suficiente para aproveitar decentemente a espetacular
estrada da chegada, que margeia lagos, montanhas nevadas e floresta temperada
(ficará para a volta).
Não sou muito fã da febre “Fim
do Mundo”. De um lado, fim do mundo, fim do mundo mesmo é Almirante Tamandaré
ou Pato Branco. Por outro, se a questão é a extremidade da latitude, bem,
Ushuaia não está tão privilegiada assim – no hemisfério norte, Estocolmo, por
exemplo, tem uma latitude maior.
Nossa primeira impressão do fim
do mundo foi não encontrar hotel – a cidade estava lotada. Rodamos por mais de
uma hora em busca do nosso quarto e nada. Só conseguimos depois de a Fran
passar a lorota em um dono de pousada e dizer que estávamos viajando com as
nossas duas filhas, que estavam com fome. O sujeito se compadeceu e ligou para
dúzias de pousadas, até encontrar uma livre, que, no final das contas, acabou
sendo uma ótima opção.
bur, sei q vc vai ler isso hj, então especial pra vc: feliz cumpleaños, sis =) pensei em vc o dia todo! Agora vamos sair pra comemorar e brindar por vc hehehe... vc prefere cordeiro ou bife de chorizo? beijos de todos daqui =)
ResponderExcluircom certeza bife de chorizo!!!
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