Dia 12 02/01/2012 El Calafate
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Roseira patagônica. (foto: Fran). |
El Calafate não é bem uma cidade,
mas um lugar em que se compram pacotes turísticos. Não é que seja mais um
povoado minúsculo – não é –, mas é a falta completa de uma cultura local. A
única cultura é a exploração do turismo e isto faz de El Calafate um destino
similar a San Pedro de Atacama: cara, meio sem graça e que foi erguida por
conta do entorno espetacular e não pela história das pessoas que vivem ali. É
uma mini Las Vegas, com algumas aberrações inacreditáveis (o artesanato do
noroeste da Argentina, 5.000km daqui, está à venda, não sem um reajuste de uns
500%), cassino de arquitetura pós-moderna na rua principal e destino favorito de
milionários e de novos milionários que podem gastar seus tostões em hotéis e
restaurantes de luxo.
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Lavanda em frente ao nosso hotel (foto: Lili). |
Dito isto, a cidade tem alguns
encantos. Graças a uma condição extraordinária do sol que brilha das 4h às 23h no
sul da Patagônia, em um ambiente seco e frio durante a noite, as roseiras e
outras muitas flores dos jardins são gigantes e cada planta é um mostruário de
floricultura. Por iniciativa local, a população é encorajada a cuidar bem dos
seus jardins e há até um prêmio anual para os mais caprichados – claro que
isto encantou as meninas, que tiraram fotos de cada uma das, aproximadamente, 2.000.000
de roseiras da cidade. Sabe aquela interjeição que as mulheres fazem quando veem
algo fofo, como fofoletes, filhotinhos de qualquer animal que não seja
peçonhento ou uma declaração de amor sincera? É um som próximo de um “u” e um “o”,
nasalizado, que vai diminuindo de volume aos poucos até terminar em um biquinho,
digamos, fofo. Então. De minha parte, vocês podem imaginar o grito, o famoso quadro
de Munch.
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Jardins das ruas de Calafate. (foto: Lili). |
Próximo do centro, está um belo lago
povoado por flamingos e outras aves patagônicas. Também já é possível
aproveitar uma avenida costeira, na margem do lago, que a prefeitura está
construindo. Há muitas cortinas de álamos – árvore que cresce rápido e que
ajuda a bloquear o vento, terrível em Calafate – que dá uma certa graça à
arquitetura da cidade. Finalmente, ainda que mais caras que El Chaltén, as
opções gastronômicas se multiplicam e já é possível encontrar pratos mais
elaborados e sorveterias inesquecíveis.
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Lago Argentino, ao lado de Calafate. (foto: Ge). |
O dia na estrada foi curto –
cerca de 200km – e, depois de encontrarmos uma pousada simpática, por um preço
prá lá de camarada (um dos melhores custo/benefício da viagem), declaramos férias
dentro das férias. Dia livre para caminhar pela cidade, fazer compras e tirar
fotos de flores.
Mira Mira que lindo!!!!!
ResponderExcluirhehe
Bruna
Obrigado pelos elogios, The Engineer! É lindo mesmo, Bruna!
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