Dia
2 – Barracão – Resistencia 600km
14/06/14
A
Fran não concorda, mas acho que Barracão é uma cidade que faz jus ao nome. Apesar
do toró que caiu a noite toda, dormimos como os anjos no Hotel Província, que,
hã, também faz jus ao nome. A Fran reclamou de uns pombos que faziam barulho na
janela do banheiro.
Aduana
tranquilíssima na saída – bem mais que em Foz – e trocamos o câmbio com um
butuca que já estava ali na saída da fronteira. Taxa: 1 peso por 0,22 reais.
Fiz bom negócio? Não sei, vou consultar depois o paralelo na Argentina – ainda
que, claro, não vamos ter o mesmo preço que Buenos Aires.
Na
primeira saída dos guardas, também muito tranquila, perguntei as condições das
rutas Hermanas – a chuvarada no Paraná também deve ter caído por aqui. Havia a
ruta 14 a se evitar e ouvimos instruções para não passarmos por uma ponte
obstruída. Entendi uma coisa, a Fran entendeu outra e o GPS entendeu uma
terceira. Erramos. Ou melhor: eu e o GPS erramos, a Fran estava certa e ficou
me dizendo “eu te disse, eu te disse” o dia inteiro. Encrenca fácil de arrumar:
entramos numa estrada de terra molhada, o carro ficou agora com cara de Suzuki
mesmo (pintado de barro), e perdemos talvez uma hora indo e voltando.
Depois
de acertarmos o caminho, descobrimos vantagens e desvantagens de sair por
Barracão e não por Foz. Sim, é mais perto. Sim, a aduana é mais rápida. Porém:
você entra em uma parte da Argentina em que a estrada é mais lenta: mais
curvas, mais trânsito, mais pedestres e uma pequena parte de serra. No final
das contas, talvez dê elas por elas.
Depois
de Posadas, entramos na ruta 12, nossa velha conhecida – uma reta interminável,
no meio do campo, com pouco movimento. Aprovamos o conforto do carro, que está
inaugurando a primeira expedição. Piloto automático em estrada Argentina é tudo
de bom.
Nossa
grande diversão na estrada foi ouvir uma rádio de Posadas – programa especial
Copa do Mundo. Os jornalistas argentinos estão bem preocupados com a seleção
deles – aparentemente, o time não está arrumado, houve muita improvisação na
preparação. O tempo todo dizem que Gago tem um problema psicológico. E estão
nervosos com o primeiro jogo deles, amanhã. Elogiaram que é uma copa com muitos
gols – mas apontaram que o Brasil não está totalmente preparado para um evento
deste porte. De todo modo, comentaram que se a Argentina fosse organizar,
provavelmente os mesmos problemas aconteceriam. O que foi especialmente
divertido é saber que comentarista de futebol é igual em todo lugar do mundo.
Há uma seriedade, uma racionalidade, uma gravidade – parece que estão falando
de uma doença, não de um esporte.
Dormimos
no hotel Marconi (uma boa pechincha achada no trip advisor), comemos em frente
ao hotel (primeiro lomo da viagem – estava bom e baratíssimo, R$11,00 o prato).
À noite, foi meio difícil dormir – especialmente pra mim (a Fran apagou) – o
hotel ficava de frente pra rua e no sábado as coisas são meio agitadas em
Resistencia.
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