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O espetacular Circuito Costanero de Puerto San Julián |
Dia 9 30/12/2011 O segredo de
Puerto San Julián
Depois de múltiplos contratempos
(reservar o hotel do ano novo em El Chaltén; tirar dinheiro no banco
enfrentando a confusão tensa do trânsito; abastecer o carro), só conseguimos
sair do fim de mundo de Comodoro Rivadavia por volta do meio dia. Estrada tranquila,
calor, céu limpo e claro, o percurso até Puerto San Julián foi mamão com
açúcar. A estrada é quase toda costeira e na maior parte do tempo avistamos o
mar, em um azul esmeralda quase verde que lembra o manto que cobre o litoral do
nordeste brasileiro.
Puerto San Julián é uma rua
principal, uma pequena igreja, um supermercado La Anónima e um posto YPF. É
isolada, mas carismática – as casas são arrumadinhas, em estilo tipicamente
marítimo inglês (os primeiros colonizadores do povoado foram ingleses das Ilhas
Falklands/Malvinas), as paredes têm o franchado das telhas Eternit. Considerando
que é um pequeno povoado, a infra-estrutura hoteleira e de restaurantes é
excelente e com custo benefício muito melhor que a de Comodoro Rivadavia. Além
disso, há uma série de questões míticas que envolvem a cidade. Foi aqui que
pela primeira vez os europeus chegaram à Argentina, quando em 1520 a frota de
Fernão de Magalhães, na famosa e terrível primeira volta ao mundo, aportou na
Bahia de San Julián. Por conta disto, no final da única avenida principal da
cidade, que termina no mar, há uma réplica em tamanho natural da Nao Victoria, a
caravela de Magalhães.
A origem do nome Patagônia é
controversa, mas uma das versões mais quentes diz que Magalhães, quando se
encontrou com os índios Tehuelche em San Julián, os apelidou de patagoni por conta dos sapatos feitos
com peles costuradas de animais.
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Ge e o Circuito Costanero de Puerto San Julián. |
Em princípio, Puerto San Júlian
seria somente um local para pouso. Mas chegamos cedo, às 18h (sol das 15h da
tarde), nos hospedamos no Hotel Bahia, e ainda deu tempo para fuçarmos o
Circuito Costero. Depois de tudo o que vimos em Madryn, não estávamos botando
fé no tal Circuito. Mas que surpresa – o passeio é espetacular, um tesouro
escondido das massas de turistas que preferem outras atrações da Patagônia. É
uma estrada que acompanha o recorte do mar, com paredões de rochas, praias com
rica diversidade de pássaros e um sortido de altitude, em que ora estamos no
nível do mar, ora avistamos tudo do alto – lembra as paisagens com que estamos
acostumados a ver em filmes que se passam no litoral da Escócia. A Ge acha
que nunca viu nada tão bonito assim no Brasil. Eu também.
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