Páginas

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


O espetacular Circuito Costanero de Puerto San Julián

Dia 9 30/12/2011 O segredo de Puerto San Julián

Depois de múltiplos contratempos (reservar o hotel do ano novo em El Chaltén; tirar dinheiro no banco enfrentando a confusão tensa do trânsito; abastecer o carro), só conseguimos sair do fim de mundo de Comodoro Rivadavia por volta do meio dia. Estrada tranquila, calor, céu limpo e claro, o percurso até Puerto San Julián foi mamão com açúcar. A estrada é quase toda costeira e na maior parte do tempo avistamos o mar, em um azul esmeralda quase verde que lembra o manto que cobre o litoral do nordeste brasileiro.

Puerto San Julián é uma rua principal, uma pequena igreja, um supermercado La Anónima e um posto YPF. É isolada, mas carismática – as casas são arrumadinhas, em estilo tipicamente marítimo inglês (os primeiros colonizadores do povoado foram ingleses das Ilhas Falklands/Malvinas), as paredes têm o franchado das telhas Eternit. Considerando que é um pequeno povoado, a infra-estrutura hoteleira e de restaurantes é excelente e com custo benefício muito melhor que a de Comodoro Rivadavia. Além disso, há uma série de questões míticas que envolvem a cidade. Foi aqui que pela primeira vez os europeus chegaram à Argentina, quando em 1520 a frota de Fernão de Magalhães, na famosa e terrível primeira volta ao mundo, aportou na Bahia de San Julián. Por conta disto, no final da única avenida principal da cidade, que termina no mar, há uma réplica em tamanho natural da Nao Victoria, a caravela de Magalhães. 

A origem do nome Patagônia é controversa, mas uma das versões mais quentes diz que Magalhães, quando se encontrou com os índios Tehuelche em San Julián, os apelidou de patagoni por conta dos sapatos feitos com peles costuradas de animais.

Ge e o Circuito Costanero de Puerto San Julián.

 Em princípio, Puerto San Júlian seria somente um local para pouso. Mas chegamos cedo, às 18h (sol das 15h da tarde), nos hospedamos no Hotel Bahia, e ainda deu tempo para fuçarmos o Circuito Costero. Depois de tudo o que vimos em Madryn, não estávamos botando fé no tal Circuito. Mas que surpresa – o passeio é espetacular, um tesouro escondido das massas de turistas que preferem outras atrações da Patagônia. É uma estrada que acompanha o recorte do mar, com paredões de rochas, praias com rica diversidade de pássaros e um sortido de altitude, em que ora estamos no nível do mar, ora avistamos tudo do alto – lembra as paisagens com que estamos acostumados a ver em filmes que se passam no litoral da Escócia. A Ge acha que nunca viu nada tão bonito assim no Brasil. Eu também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário