Lago Espelho. As partes mais claras são as cinzas do vulcão Puyehue. (Foto: André) |
Dia 20 e 21 – 10 e 11/01/2012
Bariloche
Na saída de Esquel, durante o
café da manhã, observávamos a chuva cair de mansinho lá fora, na grande parede
de vidro do hotel Sol Del Sur. Os cafés da manhã da Argentina, em geral, são
minguados, tímidos frente à fartura nababesca dos hotéis brasileiros, em
especial os do nordeste.
Maria fumaça que faz passeios turísticos em Esquel. (foto: Fran). |
A Fran, que gosta de observar
minúcias mínimas microscópicas (sempre tive pena dos pintores de parede que
tentaram trabalhar na nossa casa), viu, antes de todos, que algumas gotas de
chuva não estavam caindo, mas flutuando, voando, subindo. Nieve! As montanhas ao redor, diferente do dia anterior, estavam
nevadas, com açúcar de confeiteiro enfeitando os cumes. A Lili e a Ge, que
nunca tinham visto, já vão poder dizer que viram flocos de neve. Tudo bem que
eram uns quatro ou cinco flocos, mas neve é neve.
Limpando pela centésima vez o vidro do carro, mas a primeira vez de cavanhaque. (foto: Fran). |
Sempre em direção ao norte, o
próximo destino da viagem foi Bariloche. No caminho, almoçamos em El Bolsón,
que estava lotada por conta da feira de artesanato – uma das mais famosas da
Argentina. El Bolsón é um dos redutos hippies remanescentes daqui e, também por
conta disto, o artesanato floresceu. Eu e a Fran estivemos em El Bolsón em 2005
e tivemos uma imagem bem diferente – até porque não conseguimos ver a feira
naquela ocasião. A impressão da nossa viagem anterior era a de El Bolsón quase
uma cidade fantasma, sem vida, desinteressante. Desta vez, não, os restaurantes
estavam cheios e tivemos de esperar para almoçar. Havia nevado também na cidade
e as montanhas no entorno também estavam brancas. Não é um destino
para mais de um dia, mas vale a pena conhecer a feira.
Procurando conchinhas no lago Chico. (foto: André) |
No lago Nahuel Huapi (foto: André) |
Continuamos ao norte e chegamos
a Bariloche. Para a nossa surpresa, a cidade está mais vazia que de costume,
graças, ainda, às consequências da erupção do vulcão chileno Puyehue, no ano
passado. Os turistas estão com receio de vir pra cá, depois de tantas imagens
de destruição na televisão. Apesar disto, ainda que notássemos as cinzas, que
parecem areia, em muitos lugares (sobretudo no acostamento das rodovias),
Bariloche e arredores estão com vida novamente e as florestas que circundam o
lago Nahuel Huapi estão verdes.
Bariloche mais esvaziada foi
interessante para nós: ao contrário de outros lugares, conseguimos o hotel, a
um bom preço, na primeira tentativa. Na verdade, ficamos em um apart hotel, uma
excelente opção quando se viaja em quatro pessoas. O Rosas Amarillas fica de frente para o lago, tem uma sala grande
(com dois sofás-cama de solteiro), uma cozinha funcional completa, um banheiro
com hidro, um quarto de casal e Internet wi-fi - tá de bom tamanho, né? Saiu muito em conta – ainda mais porque fiz a
janta nas duas noites em que passamos ali. Estava já com saudade dos meus
risotos e da comida caseira.
Mais um risoto, por favor! (foto: Ge) |
No segundo dia em Bariloche,
por indicação do Pedro, o simpático italiano dono do apart hotel, fizemos a Rota
de los Siete Lagos, uma estrada que, passando por Villa La Angostura, chega até
San Martin de Los Andes. Na volta, optamos pelo paso Córdoba, dentro de outro
parque nacional, o Lanin. Digamos que agora nós nos empanturramos de lagos
verdes, esmeralda, espelhos, enfim, já deu pra enjoar de lago verde. O passeio
foi cansativo – o dia inteiro na estrada novamente, andando muito devagar e
parando bastante para tirar fotografias – mas vale todo o esforço.
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